25.3.08

Que farei, meu Deus, se tu pereceres?
Tu és o meu vaso - e se te quebras?
Tu és minha água - e se secas?
Tu és minha roupa e meu trabalho
Contigo perco o meu sentido.
Depois de tu não terei um lugar
Onde as palavras ardentes me saúdem.
Dos meus pés cansados cairão
As sandálias que sou.
Perderás minha ampla túnica.
Meu olhar que em minhas pálpebras,
Como num travesseiro,
Ardentemente recebes,
Irei te procurar por largo tempo
E me deitarei, na hora do crepúsculo,
No duro chão de pedra.
Que farei eu, meu Deus? O medo me domina.

Rainer Maria Rilke

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