15.3.08
MAIS UM TOMBO DA DIREITA

UMP, União por um Movimento Popular, liberal de centro-direita, Nicolas Sarcozy
Modem, União pela Democracia Francesa, democrata-cristão de centro-direita, François Bayrou
DVD, abreviação de Divers Droite, que é um termo utilizado na França para designar candidatos conservadores que não são membros de nenhum partido.
PS, Partido Socialista, liberal de esquerda.
PC, Partido comunista, antiliberal de esquerda, Marie-Georges Buffet
DVG, abreviação de Divers Gauche, que é um termo utilizado na França para designar candidatos de esquerda que não são membros de nenhum partido.

12.3.08
O PREÇO DE UM HOMEM

De toda forma, mesmo cansado, mesmo sabendo que daqui há pouco terei de ir trabalhar, obviamente sem janta, eu gostaria de falar sobre outro homem que também não tem: o jornalista Luís Nassif. Que um homem, virtualmente sozinho, armado apenas o próprio senso de decência e dignidade, ouse enfrentar a quinta maior revista o mundo em circulação, imbuído do mais sério e puro espírito jornalístico e do apreço a verdade, é coisa que se o assemelha a titãs. Eu não digo do senso de auto-preservação, mas da cidadania, da decência e da dignidade.
Sobre o embate entre o jornalista e a grande empresa midiática sul-africana/brasileira, a mídia gorda não fala nada. Será por que ela teme ou por que é cúmplice? Se teme, maior ainda é a coragem do Nassif, e mais grandiosos os seus feitos. Se é cúmplice, o que nos protegerá? Apenas nosso próprio discernimento. E uma convicção quase sagrada de que o mínimo que um homem que enfrenta um monstro deve merecer, é que não tornemos vã a sua luta, sendo conveniente com a mentira e a manipulação.
Neste sentido, se você assina a Veja, leia o Dossiê do Nassif e considere cancelar sua assinatura; se não assina, convença alguém a fazer isto. O Nassif sacrificou sua paz ao enfrentrar esta revista; eu sacrifiquei bem menos: meu jantar de hoje. Ao fazer isso, você não sacrificará nada, ao contrário, ganhará a possibilidade de ler algo mais decente.

9.3.08
Temas Mnésicos

Sejam falcatruas que acabariam de vez com qualquer carreira política, mas que, inacreditavelmente, passam por despercebidas, das quais temos como formidável exemplo o caso Collor; sejam barbaridades da iniciativa privada que prejudicaram, diretamente, centenas de pessoas e que algum tempo depois foram silenciadas pela mídia omissa, como o que, na época, chamaram de "o maior acidente aéreo brasileiro".
Hoje, da minha pacata cidade interiorana, me pergunto onde foram parar tais lembranças. Teriam elas, literalmente, entrado para a História? Ou teriam sido simplesmente arquivadas por quem interessasse tal omissão? É fato que não somente do passado se faz o presente. Mas também é evidente que as experiências passadas deveriam intervir - no sentido de melhorar - as ações e posicionamentos futuros das pessoas.
Enfim, é ano de eleições. Farei o meu título de eleitor em breve e provavelmente votarei. A única certeza que trago comigo desde já é que, antes de qualquer deliberação - que deverá ser estudada de modo extenuante - lembrarei bastante do passado. A relação custo-benefício, hoje obrigatória, será analisada com cuidado, e os atos anteriores dos candidatos terão peso decisivo. Posso parecer sonhador demais, dando demasiada atenção a algo que - muitos dirão - não a merece. Mas trata-se de evitar o remorso, à medida que não deixo o passado morrer. E assim espero que façam os jornalistas.
