12.3.08

O PREÇO DE UM HOMEM

Ao contrário do Reinaldo Azevedo, que sempre viveu bem, trabalhou bem e ganhou bem, eu tenho de lutar bastante para sobreviver. Na verdade, daqui há pouco vou para meu terceiro turnod e trabalho honesto. Meu pai está doente, de algo incurável, mas tratável; isto tem me preocupado muito e me forçado a trabalhar mais ainda; sustento, coma ajuda imprescindível de meus patrões, meus irmãos na mesma escola em que trabalho.Não sou rico, nunca bebi wisky 60 anos... Mas eu não tenho preço. E está aí uma diferença importante.
De toda forma, mesmo cansado, mesmo sabendo que daqui há pouco terei de ir trabalhar, obviamente sem janta, eu gostaria de falar sobre outro homem que também não tem: o jornalista Luís Nassif. Que um homem, virtualmente sozinho, armado apenas o próprio senso de decência e dignidade, ouse enfrentar a quinta maior revista o mundo em circulação, imbuído do mais sério e puro espírito jornalístico e do apreço a verdade, é coisa que se o assemelha a titãs. Eu não digo do senso de auto-preservação, mas da cidadania, da decência e da dignidade.
Sobre o embate entre o jornalista e a grande empresa midiática sul-africana/brasileira, a mídia gorda não fala nada. Será por que ela teme ou por que é cúmplice? Se teme, maior ainda é a coragem do Nassif, e mais grandiosos os seus feitos. Se é cúmplice, o que nos protegerá? Apenas nosso próprio discernimento. E uma convicção quase sagrada de que o mínimo que um homem que enfrenta um monstro deve merecer, é que não tornemos vã a sua luta, sendo conveniente com a mentira e a manipulação.
Neste sentido, se você assina a Veja, leia o Dossiê do Nassif e considere cancelar sua assinatura; se não assina, convença alguém a fazer isto. O Nassif sacrificou sua paz ao enfrentrar esta revista; eu sacrifiquei bem menos: meu jantar de hoje. Ao fazer isso, você não sacrificará nada, ao contrário, ganhará a possibilidade de ler algo mais decente.

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