24.2.06

LEGISLANDO EM TERRA ALHEIA









LEGISLANDO EM TERRA ALHEIA
Um texto desavergonhadamente retirada do excelente blogue de Jener Cristaldo

Enquanto os taleban oferecem cem quilos de ouro a quem assassinar os chargistas responsáveis pelas caricaturas de Maomé, enquanto embaixadas ocidentais são atacadas e bandeiras são incendiadas no mundo árabe, enquanto 300 manifestantes muçulmanos invadem uma base militar norueguesa, o Jyllands Posten , responsável pela publicação das charges em setembro passado, pede desculpas. Enquanto diversos jornais em toda a Europa republicaram as charges, em solidariedade ao jornal dinamarquês, este recua e abdica do exercício da livre imprensa e da crítica. Diga-se de passagem, em nome das boas relações com seus imigrantes, a imprensa européia está omitindo os nomes e os países de origem dos estupradores. Uma onda de estupros cometidos por imigrantes está assolando a Noruega, Suécia, França e Austrália, e a mídia permanece silente, sem ousar denunciar o caráter étnico da violência. A libertária imprensa do velho continente acabou por dobrar-se ao "politicamente correto" ianque.

Enquanto isso, os países muçulmanos querem criar uma cláusula contra a blasfêmia nos estatutos do novo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os 57 países que integram a OIC (Organização da Conferência Islâmica) pediram a inclusão de um parágrafo para "prevenir casos de intolerância, discriminação, incitação ao ódio e à violência, gerados por ações contra religiões e crenças". A blasfêmia, de pecado, infração que diz respeito a teólogos, passaria a ser crime punido pela legislação. Os muçulmanos, cujo calendário começou em 622 da era cristã, querem nada mais nada menos que arrastar a Europa de volta à Idade Média, onde discussões sobre o destino do prepúcio de Cristo podiam levar um homem à fogueira.

A ira dos árabes se fundamenta em dois pontos. Primeiro, a reprodução das imagens de Alá, o que o islamismo não permite. Poderiam começar censurando os mecanismos de buscas da Internet. O Google, por exemplo. Clique em Imagens e digite Maomé, Muhamad, Mahoma, Maometto, enfim, as diferentes variantes do santo nome. Sacrilégio! Há milhares de imagens do profeta, em preto e branco ou a cores, algumas de origem ocidental, outras de fontes árabes. A infâmia é diariamente reiterada, ao menor clique de mouse, e mulá algum parece ter percebido este insulto constante e universal aos preceitos do Islã. Abaixo o Google. A menos que retire de seus arquivos as imagens heréticas. Afinal, se já aceitou retirar a palavra democracia de seus mecanismos de busca na China, por que não poderia fazer este gesto de cortesia ao Islã?

O segundo ponto é a imagem do profeta confundida com uma bomba. É curioso observar que quando bin Laden usou bombas humanas para destruir as duas torres de Nova York em nome de Alá, nenhum mulá ou aiatolá, nenhuma multidão de crentes, se pronunciou contra o uso indevido do santo nome. Os homens-bomba se explodem todos os dias, sempre em nome de Alá, o misericordioso, e ninguém os desautoriza quando invocam o deus do Islã. Ou seja, quem associou Islã a terror foram os próprios muçulmanos, não o Ocidente. Esta charge, em verdade, tem a assinatura do saudita bin Laden. E o patrocínio da Al Qaeda.

Verdade que nem as Nações Unidas nem os países ocidentais receberam favoravelmente a idéia da cláusula contra a blasfêmia, por considerarem que o respeito às religiões já está presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas a pretensão dos muçulmanos de legislar nos países ocidentais existe. A Europa, minada pela quinta-coluna dos Direitos Humanos, já fez graves concessões. A França, por exemplo, em nome do multiculturalismo e do reagrupamento muçulmano, já aceitou a poligamia. Mas só para os árabes, bem entendido. Afinal, se Alá permite a seus fiéis até quatro mulheres, este preceito religioso não pode ser desrespeitado. Um francês, se casar com duas, comete crime. Estima-se que hoje, na França, vivam 30 mil famílias em regime poligâmico.

"Audace, encore d'audace, toujours d'audace" - dizia Danton ante a Assembléia Legislativa, conclamando o povo francês a resistir à ameaça austríaca. Audácia, mais audácia, sempre audácia, senhores árabes. A Europa é um celeiro de ações contra a religião e crença muçulmanas. Os restaurantes de todos os países estão repletos de carnes desse animal imundo, o porco, em uma ofensa intolerável aos fiéis de Alá. Espanha, França e Itália ostentam seus sacrílegos presuntos como o supra-sumo da gastronomia. A Espanha - acinte supremo! - orgulha-se de seus cochinillos e mantém verdadeiros templos de abominação, os museos del jamón, onde a carne abominável pende das paredes e até mesmo dos tetos. A França - ignomínia! - oferece ao mundo seus boudins asquerosos, feitos de sangue de porco. Pior ainda, aproveita até as tripas do animal imundo para suas perversas andouilletes. As cochonailles constituem um ramo da cozinha francesa, que não nutre respeito algum pelos milhões de imigrantes que alimenta. Abaixo as cochonailles. Alá-u-akbar!

Como todas as religiões merecem o mesmo e sagrado respeito, sejam abolidas também as carnes bovinas. A Europa pulula de hindus, para os quais a vaca é um animal sagrado. Abaixo os filés à Chateaubriand, as bistecas fiorentinas, as picanhas argentinas, seja banido todo consumo dos nobres e divinos bovinos.

E abaixo sobretudo o vinho. Destruam-se os vinhedos, as caves, os recipientes, as lojas de distribuição da bebida infame. Abaixo também o uísque, as águas-de-vida, os conhaques e champanhes, abaixo tudo que embriaga. Abaixo também o turismo e os roteiros gastronômicos. A Europa que descubra outras fontes de divisas. Ou submeta-se também à aridez de falta de sabor do universo muçulmano. Se a Europa criminaliza o turismo sexual, por que permitir o obsceno turismo gastronômico? Verdade que o Corão promete ao crente rios de vinho. Mas só no paraíso. Abaixo o prazer aqui na terra. O vinho está reservado para os crentes que se explodem e explodem quantos podem em torno a si. Alá-u-akabar!

Nestes dias em que uma onda de moralismo varre certos países da Europa, seria talvez o caso de se substituir as casas de prostituição pelas casas de castidade, onde os casais teriam ambiente seguro e saudável. A patente é iraniana. Como é proibido, segundo o Islã, manter relações sexuais fora do casamento, em tais casas os castos muçulmanos podem praticar o sigheh, modalidade de matrimônio permitida pelo ramo xiita do Islã, predominante no Irã. Tais matrimônios podem durar poucos minutos ou 99 anos, e são especialmente recomendados para viúvas que precisam de suporte financeiro. O sigheh foi aprovado no início dos anos 90, como forma de canalizar o desejo sexual dos jovens sob a segregação sexual estrita da república islâmica.

Segundo o aiatolá Muhammad Moussavi Bojnourdi, defensor incondicional das casas de castidade, "se quisermos ser realistas e limparmos a cidade dessas mulheres, precisamos usar o caminho que o Islã nos oferece". Para praticar o sigheh, basta recitar um versículo do Corão. O contrato oral não é registrado e o versículo pode ser lido por qualquer um. Uma contraprestação em dinheiro às mulheres casadas segundo este ritual é bem-vinda.

E quando tudo estiver dominado, por que não acabar com essa burocracia idiota e demorada para a obtenção do divórcio? No mundo regido pelo Corão, tudo se resolve com a lei dos três talaqs. À menor insubmissão da mulher, o marido diz: talaq. É um aviso. Se ela insiste em não fazer a vontade de seu amo e senhor, o marido repete: talaq. Na terceira insubmissão, o terceiro e definitivo talaq. Está consumado o divórcio, sem essa tralha inútil de cartórios e advogados. Talaq, talaq, talaq e passar bem. Alá-u-akbar!


Alá-u-akbar!

O QUE HÁ POR DETRÁS DAS PALAVRAS









HIPOCRISIA: AINDA HOJE, EM GREGO, SIGNIFICA "FINGIMENTO", "REPRESENTAÇÃO"...

“Political language...is designed to make lies sound truthful and murder respectable, and to give an appearance of solidity to pure wind”(George Orwell).


Em sua obra Pequena História da Desinformação (*), Vladimir Volkoff fala sobre a “língua de pau” (langue de bois, em francês), adotada como língua oficial pelos antigos países comunistas. “A língua de pau, segundo o Larousse, é uma forma rígida de expressão, nomeadamente no domínio da política, através da multiplicação de estereótipos e de fórmulas congeladas” (Volkoff, op. cit., pg. 66).

A antiga língua de pau se utilizava de imagens lingüísticas e figuras de retórica para fazer propaganda ideológica, como a alegoria, o eufemismo, a prosopopéia, a metonímia, a metalepse. Utilizava-se do maniqueísmo simplista para exaltar suas próprias virtudes e demonizar o inimigo. Com o tempo, o idioma russo foi se empobrecendo, tornando-se minimalista. “O dicionário de Dahl contém 22000 palavras; os escritores soviéticos utilizavam 1500” (pg. 68). Enfim, o “idioma fantasma” assume a confissão de Goebbels: “Não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um determinado efeito” (cit. pg. 68).

George Orwell, no grandioso 1984, desenvolveu com muita propriedade uma língua de pau imaginária, a Newspeak (Novalíngua). Nessa obra, havia um tirano em Oceânia, chamado Big Brother, que impunha à população uma doutrina totalitária, o Ingsoc (Socialismo inglês), de modo que “um pensamento herético, ou seja, um pensamento divergente dos princípios do Ingsoc, se torna literalmente inconcebível, pelo menos na parte em que o pensamento depende das palavras” tão logo a “Oldspeak”, a língua atual, seja esquecida. Tal resultado era alcançado “parcialmente, com a invenção de novas palavras, mas sobretudo através da eliminação de palavras indesejáveis e despindo as restantes de qualquer significação heterodoxa e, tanto quanto possível, de significado secundário, seja ele qual for. Reduziu-se o número de palavras, pois “cada redução era um ganho, pois menos escolha havia e menor era a tentação de pensar” (pg. 69-70).

O Big Brother de Orwell estava associado, inicialmente, ao onipotente, onipresente e onisciente Josef Stalin, o déspota que maximizou o terror na União Soviética, assassinando os próprios camaradas da Revolução para se manter incólume no poder. Com a ruína da URSS, o Big Brother passou a representar os EUA, única hiperpotência do planeta, que tenta ser a polícia do mundo, com incursões no insolúvel tabuleiro de xadrez que são os Bálcãs, ao mesmo tempo em que pretende “impor a democracia” no Afeganistão e no Iraque, declarando guerra sem trégua ao terrorismo islâmico internacional.

Se Orwell desenvolvia a gramática da Newspeak, Ludwig von Mises identificava o “polilogismo” – não o talento para desenvolver vários temas, mas a capacidade para “provar” que, por exemplo, o comunismo (totalitário) e a democracia (representativa) são a mesma coisa (cfr. www.mises.org).

Hoje, ocorre nos meios pensantes algo semelhante à antiga língua do rígido pau-ferro: o modo “politicamente correto” (pecê) de se expressar. As antigas línguas de pau, utilizadas tanto por comunistas quanto por nazistas, ao menos tentavam camuflar o objetivo ideológico que havia por trás das palavras colocadas no freezer, que tinham a intenção subliminar de difundir a desinformação. O pecê de hoje não tem nenhum escrúpulo de assumir sua postura ideológica, pós-socialista porém mais socialista do que nunca, que deve ser imposta a toda criatura humana com a mesma ênfase que os islâmicos, extremistas ou não, tentam impor a fé de Alá.

A língua de pau moderna do pecê tem também enorme influência na elaboração das leis. Se o “politicamente correto” é a gramática de pau que orienta a sociedade atual, podemos dizer que a Constituição brasileira de 1988 é sua bíblia, especialmente por subordinar todas as decisões legais a uma palavra abstrata, oca, que nada diz, mas que tem força plena, relativizando conceitos como “propriedade”, por ter enorme apelo populista: o “social”.

“O politicamente correto consiste na observação da sociedade e da história em termos maniqueístas. O politicamente correto representa o bem e o politicamente incorreto representa o mal. O sumo bem consiste em buscar as opções e a tolerância nos demais, a menos que as opções do outro não sejam politicamente incorretas; o sumo mal encontra-se nos dados que precederiam à opção, quer sejam estes de caráter étnico, histórico, social, moral e sexual, e inclusive nos avatares humanos. O politicamente correto não atende à igualdade de oportunidade alguma no ponto de partida, senão, ao igualitarismo nos resultados no ponto de chegada”. (Ver entrevista de Vladimir Volkoff a Marc Vittelio).

“Stalinismo puritano” foi a denominação dada pelo diretor teatral inglês, Peter Hall, para a moda do “politicamente correto” em vigor. Para Hall, a esquerda liberal substituiu a antiga direita e hoje promove patrulhamento e censura a trabalhos de intelectuais que ousam escrever palavras julgadas ofensivas. Segundo Hall, um de seus atores secundários recusara-se a dizer a palavra “nigger” (crioulo), embora o autor de “Um Bonde Chamado Desejo”, Tennessee Williams, a tivesse escrito.

Mas, enfim, como se expressa o lingüista de pau politicamente correto, em suas lições diárias de eufemismo e manipulação da informação?

Não se deve chamar um homem baixo de “anão”. Nem de “baixinho” (Baixinho é cu de cobra! – resmungava um baixinho esquentado, conhecido meu, quando o chamavam de baixinho.) É politicamente correto chamar o “pintor de rodapé” de “negativamente avantajado”. Preto brasileiro deve ser chamado de “afro-brasileiro”. Gustavo Kuerten e Giselle Bünchen seriam, então, teuto-brasileiros, assim como este escrevinhador?. E Emerson Fittipaldi, ítalo-brasileiro?

Infanticídio não existe mais, nem aborto, apenas o “direito da mulher dispor de seu próprio corpo”. Prostituta não é mais prostituta, é “empresária do sexo”. Papa-defunto virou “empresário do luto”. Pederasta, palavra riscada dos códigos brasileiros, passou a ser o inofensivo e alegre “gay”. O coronel Guerra, segundo a gramática pecê, deveria ter seu nome mudado para “coronel Paz”. A polícia seria menos violenta...

O “esperanto” de pau falado hoje já merece um dicionário, por isso estou coletando palavras e expressões de pau, onde constarão verbetes como “agenda positiva”, “anos de chumbo”, “anticomunismo primário (ou visceral)”, “antiglobalização”, “a propriedade é um roubo”, “burguês”, “cavaleiro da esperança”, “centralismo democrático”, “clero progressista”, “consulta às bases”, “contrato social”, “copyleft”, “democracia de cruzeiro” (dos mísseis Cruise), “democracia no Iraque”, “discriminação positiva”, “expropriação”, “Fome Zero”, “função social da propriedade”, “governo paralelo”, “orçamento participativo” e tantos outros. Em breve, em Usina de Letras (quem sabe também no MSM, se os editores permitirem), será lançada “A língua de pau – dicionário comentado”. A lista estará absolutamente incompleta, que poderá ser enriquecida pelo leitor. É só prestar atenção ao palavreado que se fala no local de trabalho, nas mesmices vistas nos noticiários, jornais e revistas, e ir anotando as palavras e expressões pauleiras da atualidade. A seguir, um verbete, como exemplo:

Anos de chumbo Expressão de pau utilizada pela esquerda brasileira para designar os anos em que os militares combateram os grupos terroristas em nosso país. Não tivessem os militares feito seu serviço de casa, hoje estaríamos combatendo as “FARB” em todo o país, como ocorre hoje na Colômbia das FARC, que na época “gazeteou” a aula. Não é com bombons que se desarmam terroristas e bandidos comuns – como espera o Movimento Viva Rio apaziguar a favela da Rocinha, oferecendo flores a seus habitantes no “Dia do Carinho”.

Sem pudor, esses antigos militantes, que dinamitavam civis inocentes, hoje afirmam que lutavam pela democracia. Que democracia? A de Cuba que lhes servia de modelo, como era o caso da ALN de Marighela, do Molipo de José “Daniel” Dirceu e do MR-8 de Fernando Gabeira, todos com treinamento de guerrilha na “ilha do Dr. Castro”? A verdade é que não haveria “anos de chumbo” no Brasil se não tivesse havido “anos de dinamite”.

Uma sandice pouco conhecida foi a obrigatoriedade dos proprietários do Dicionário inglês Webster de "raspar" algumas palavras consideradas "ofensivas" aos negros. Algo parecido foi tentado por uma deputada distrital do PT durante o governo de Cristovam Buarque no Distrito Federal (época em que foi rejeitada, pelo PT, a concessão do título de cidadão honorário a Pelé). Energúmenos acreditam que a retirada do Aurélio de palavras como puta e crioulo iria diminuir a putaria e a discriminação. Os brasileiros livres de ódio e preconceito, que são a imensa maioria, estão cansados de ouvir tanta bobagem. Nada de negritude júnior, amarelice sênior ou branquelice master. Somos todos brasileiros e ponto final.

O próprio governo federal é racista, na medida em que implanta as famigeradas “cotas raciais”, macaqueando a affirmative action dos americanos. Não dá para acabar com o racismo propondo uma ação baseada na pigmentação da pele das pessoas. Movimento Negro Unificado, grupo musical Raça Negra e outros movimentos do mesmo teor apenas conseguem pregar ou sugerir a exclusão racial, pois abrem o precedente de serem criados no Brasil, por exemplo, o Movimento do Orgulho Branco ou algo como Camerata da Raça Ariana, com todos os seus integrantes sendo obrigatoriamente louros e de olhos azuis, descendentes da Renânia, tocando violinos e violoncelos Stradivarius...

Nos EUA, o jornalista Bernard Goldberg lançou o livro Bias – A CBS Insider Exposes How the Media Distort the News (Tendencioso – Um Conhecedor da CBS Mostra Como a Mídia Distorce as Notícias). Logo, Goldberg foi tachado de “mentiroso”, “extremista de direita”. Uma das teses polêmicas de Goldberg se refere aos doentes da AIDS, cujos números foram escondidos para agradar ao lobby dos homossexuais e das minorias raciais dos EUA (negros e hispânicos), para acelerar as pesquisas de remédios. Por exemplo, dos aidéticos mostrados na TV, 6% eram gays, 16% eram negros e hispânicos e 2% eram drogados. Na verdade, 58% eram gays, 46% eram negros e hispânicos e 23% eram drogados (período estudado: 1992 a 1995).

A Universidade de Oxford, nos EUA, lançou uma versão “politicamente correta” do Novo Testamento, “Novo Testamento e Salmos: uma versão não-excludente”, onde há alterações, como: “A expressão Deus Pai passa a ser Deus Pai e Mãe; a oração Pai-Nosso recebe o nome de Pai e Mãe Nossos; foi excluído o termo ‘escuridão’ como sinônimo do mal por ter conotação racista; eliminaram-se as acusações de que os judeus mataram Jesus Cristo; as mulheres deixam de ser ‘sujeitas’ aos maridos e passam a ser ‘compromissadas’; as crianças devem ‘prestar atenção aos pais’, não ‘obedecê-los’ ” (Cfr. “Deus Pai e Mãe”, in revista Istoé, 6/9/1995).

“Um dos objetivos da ‘novilíngua’ (vide Orwell) é apagar as emoções e tornar tudo pasteurizado, anódino, sem emoção. Os sentimentos devem ser varridos para debaixo do tapete. Tome cuidado com o que fala. O termo ‘crioulo’ pode enquadrá-lo na Lei Caó (cujo apelido nos tempos da UNE era Crioulo). Tudo depende de como se fala, embora a descrição ‘passou por aqui, era um crioulão’ seja adequada. Mas, se fosse vivo, Adolfo Caminha teria problemas com ‘O bom crioulo’ ” (Fritz Utzeri, in “O Politicamente correto”).

Em suma: além de aprisionar a língua do cidadão numa gaveta do freezer, o modo politicamente correto de se expressar propõe uma mudança radical da natureza humana, impedindo as pessoas de expressar suas emoções, seus ódios, de dizer um palavrão, tornando a vida mais insípida que um lanche de frango encontrado em uma loja de fast food.

Félix Maier

ILS NE PASSERONT PAS






















Democracia Popular? Não Passarão!


Existem palavras que se excluem. Elas não podem se coexistir em uma mesma sentença porque não é lógico e, pior, não é verdadeiro. É algo como "branco escuro" ou "preto claro".


Democracia socialista é um termo estranho. Para começo de conversa, o socialismo visa em último grau a ditadura do proletário. Se do Trabalhador ou do latifundiário, uma ditadura não muda o seu caráter autoritário, que desrespeita quaisquer leis de um país, só porque é um ou outro no comando. Só mesmo quem acredita em duendes pode cair nessa conversa.


Mas a história humana (ou a canalhice, escolha você) é muito interessante. Democracia virou prefixo: a palavra em si não significa nada em especial. Em grego, Dêmos é povo e Kratia é poder - quem já não cansou de ouvir essa definição? Aí entram os pensadores para especificar bem qual tipo de "democracia" deveria ou não ser defendida.


Até o século retrasado, mais ou menos, a palavra tinha uma conotação muito, mas muito negativa. Ninguém em sã consciência daria ao povo o poder de comandar o destino de uma nação. Se o sangue azul, a providência divina, ou a força física são as razões mais conhecidas hoje para a privação de poder para a massa - lá no mundo antigo eram apenas as desculpas para não chamar a gente de burros e ignorantes.


Vá lá, até o Nelson Rodrigues disse que toda unanimidade é burra. A inteligência é inversamente proporcional à aglomeração humana. Quanto mais pessoas se juntam, pior é para descobrir a solução de 2 + 2. Mas depois de Gutemberg e a popularização dos livros, educação deixou de ser algo inviável para o populacho. Fica imbecil quem quer. Democracia passou de uma utopia de malucos para alguma-coisa-ainda-sem-forma-mas-que-talvez-pudesse-ser-realizada.


Aí vieram as definições (que, por sinal, são desconhecidas por 90% dessa gente metida). Pior de tudo é elas, as vezes, terem o mesmo nome definidor com sentidos totalmente diferentes. Aí o João se pergunta: "mas eu votei no Lula porque ele ia lutar pela justiça no brasil, ele sempre defendeu a democracia, como pode fazer o que fez"? O problema do João é que não ter parado dois minutos para refletir qual o tipo de democracia o PT defende - aliás, nem tentem perguntar para um militante qual é que ele também não sabe.


Uma democracia direta é aquela das cidades-estado gregas. O povo não elegia representantes, nem delegava poderes a ninguém. Todos iam para a praça pública debater os problemas da cidade, administrativos, políticos e, até mesmo, judiciais. Dali saiam as leis que todos obedeciam. Todo cidadão tinha o direito de propor um assunto para o debate, quando bem entendesse, seguindo as regras próprias das discussões públicas. Infelizmente, tal modo de organização é inviável nos dias de hoje por motivos lógicos.


A democracia enraizada no imaginário brasileiro é a representativa, filha direta dos ideais iluministas da Revolução Francesa. Um estado dividido em três poderes (executivo, legislativo e judiciário) para equilibrar o poder de mando sobre a nação; e o voto para a escolha dos representantes desses poderes, nas eleições periódicas. É uma democracia liberal no sentido em que garante também liberdade política, de credo e livre expressão. Também, como prerrogativa, existe o absoluto respeito sobre a propriedade privada. O que é seu é seu e ninguém tem o direito de meter o bedelho naquilo que você suou para conseguir.


Já os partidos de esquerda orbitam entre as democracias socialista e popular, filhas da antiga URSS. Mesmo assim, nenhum deles tem a capacidade de vir a público especificar o que diabos defendem. Se o fazem, não explicam nada - usam o espaço para atacar o poderio americano, a globalização, a parcialidade da imprensa, o silêncio dos intelectuais, enfim, qualquer assunto que desvie a atenção do tema principal. Então resta à gente buscar essas informações em livros.


Democracia popular, de acordo com o Dicionário de Filosofia Soviético, é uma das formas da ditadura do proletariado. Consiste não em uma ditadura propriamente dita, mas em um processo de democracia representativa na qual há voto secreto e universal, liberdade de expressão e afins. A diferença fica na organização política interna. Nesse sistema democrático, além dos partidos comunistas ou socialistas, existiriam outros que, mesmo não se declarando de esquerda, defenderiam propostas e pontos de vista socialistas.


Com todos os partidos de acordo com um modelo político, as garantias constitucionais dos cidadãos seriam ampliadas ao infinito, para chegar ao modelo de Democracia Socialista.


A Democracia Socialista é uma leitura muito doente da democracia direta grega. Nela, a representatividade ultrapassaria os limites políticos para estender-se até o plano econômico. Em suma, todos os aspectos da vida de uma nação seriam decididos na base do voto. Os juros estão altos? Quer baixar? Vamos a votar. A multinacional deve produzir só guaraná ou também refrigerantes de cola? Referendo! Devemos explodir Itaipú para afogar os argentinos? Votação Nacional!


Para garantir a livre informação, todo o sistema de televisão, rádio e impressos seriam estatizados. Em teoria, basta um cidadão querer discursar sobre um assunto para ir em rede nacional dar seu ponto de vista (depois, claro, que o tema passar pela votação local, estadual, do campo majoritário, etc etc etc).


Entretanto, tanto a Democracia Popular e a Democracia Socialista não abrem mão do seu direito natural de defesa contra movimentos contra-revolucionários, assim como a tão terrível ditadura militar fez. Mas se quiser entrar no jogo de forma pacífica, são bem-vindos.


O curioso é: e se a lei para partidos de oposição forem proibidos de existir por em eleição geral? E se, por exemplo, o povo votar a favor do extermínio de todas as pessoas nascidas no dia 31 de janeiro? E se as pessoas quiserem colocassem uma lei que dobrasse os salários?


A distância entre uma ditadura e uma democracia socialistas são pequenas. Não porque há má-fé da parte dos defensores desses ideais. O problema é a defesa cega de um modelo perigoso, pouco desenvolvido, que já mostrou ser falho na prática. Para transformar a democracia popular na socialista, para abrir as portas para o mundo justo e sem classes, seria preciso governantes sobre-humanos, com um senso de justiça, ética e benevolência só comparados a de Jesus Cristo ou Buda. Caso contrários, o resultado, como já foi provado, é uma URSS.


Nada contra acreditar em duendes, papai-noel ou em santidades. Entretanto, eles não podem se candidatar a eleições, eles não podem despachar do gabinete. Em uma democracia popular, sentado na cadeira, estará um homem mortal, falho, egoísta, ganancioso. O poder corrompe, e não vai ser o socialismo que mudará essa realidade. E diante de um poder corrupto, sem ética e maniqueísta dentro de uma democracia popular, os últimos que poderão lutar contra ele é o povo. Afinal, se eles fossem inteligentes, não teriam posto um bandido na presidência para começo de conversa.

SABOYA

DE UM EDITOR DINAMARQUÊS...


Por que publiquei as charges

Infantil. Irresponsável. Discurso do ódio. Uma provocação gratuita.


Uma jogada de marketing. Os críticos das 12 charges do profeta Maomé que decidi publicar no jornal dinamarquês Jyllands-Posten não mediram suas palavras. Eles dizem que a liberdade de expressão não implica endossar o insulto aos sentimentos religiosos das pessoas e também que a mídia censura a si mesma todos os dias. Assim, que não lhes ensinemos sobre a liberdade de expressão sem limites. Concordo que a liberdade de publicar coisas não significa publicar tudo. O Jyllands-Posten não publicaria imagens pornográficas ou detalhes explícitos de cadáveres; palavrões raramente entram em nossas páginas. Portanto, não somos fundamentalistas em nossa defesa da liberdade de expressão.

Mas a história das charges é diferente. Aqueles exemplos têm a ver com o exercício do comedimento por causa dos padrões éticos e do gosto; chamem isso de edição. Em contraste, encomendei as charges em resposta a vários incidentes de autocensura na Europa motivados por crescentes temores e sentimentos de intimidação no trato de questões relacionadas ao Islã. E ainda acredito ser este um assunto que nós, europeus, precisamos enfrentar, desafiando os muçulmanos moderados a se manifestar. A idéia não era provocar gratuitamente - e sem dúvida não pretendíamos desencadear manifestações violentas no mundo islâmico. Nosso objetivo era simplesmente repelir limites auto-impostos à liberdade de expressão que pareciam se fechar ainda mais.

No fim de setembro, um comediante dinamarquês disse numa entrevista ao Jyllands-Posten que não teria problemas em urinar sobre a Bíblia diante de uma câmera, mas não se atreveria a fazer o mesmo com o Alcorão.

Este foi o clímax de uma série de exemplos perturbadores de autocensura. Em setembro, um escritor dinamarquês de livros infantis teve dificuldade de encontrar um ilustrador para um volume sobre a vida de Maomé. Três pessoas recusaram o trabalho com medo das conseqüências. A pessoa que finalmente aceitou insistiu no anonimato, o que a meu ver é uma forma de autocensura. Os tradutores europeus de um livro crítico sobre o Islã também não quiseram que seus nomes aparecessem na capa ao lado do nome da autora, uma política holandesa nascida na Somália que também vivia escondida.

Na mesma época, a galeria Tate, em Londres, retirou uma instalação do artista de vanguarda John Latham que retratava o Alcorão, a Bíblia e o Talmude rasgados em pedaços. O museu explicou que não queria causar comoção depois dos atentados a bomba em Londres (poucos meses antes, para evitar ofender os muçulmanos, um museu de Gotemburgo, Suécia, removera uma pintura com um tema sexual e uma citação do Alcorão).

Finalmente, no fim de setembro, o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, reuniu-se com um grupo de imãs, um dos quais lhe pediu que interferisse na imprensa para obter uma cobertura mais positiva do Islã.

Assim, ao longo de duas semanas, testemunhamos meia dúzia de casos de autocensura, confrontando a liberdade de expressão com o medo de tratar de questões sobre o Islã. Esta era uma notícia legítima a ser coberta, e o Jyllands-Posten decidiu fazê-lo adotando um princípio jornalístico bem conhecido: mostre, não conte. Escrevi a membros da associação dos cartunistas dinamarqueses pedindo que "desenhassem Maomé como o viam". Decerto não lhes pedimos que ridicularizassem o profeta. De 25 membros ativos, 12 responderam.

Temos uma tradição de sátira quando lidamos com a família real e outras figuras públicas, e isto se refletiu nas caricaturas. Os cartunistas trataram o Islã como tratam o cristianismo, o budismo, o hinduísmo e outras religiões. E, tratando os muçulmanos da Dinamarca como iguais, eles defenderam uma idéia: nós os incluímos na tradição dinamarquesa de sátira porque vocês são parte de nossa sociedade, e não estranhos. As charges incluem, e não excluem, os muçulmanos.

De modo algum os desenhos demonizam ou estereotipam os muçulmanos. Na verdade, eles diferem uns dos outros no modo como retratam o profeta e em seu alvo. Um zomba do Jyllands-Posten, retratando seus editores de cultura como um bando de provocadores reacionários. Outro sugere que o escritor de livros infantis que não conseguia encontrar um ilustrador foi a público só para obter publicidade barata. Um terceiro põe a líder do xenófobo Partido do Povo Dinamarquês, em formação, como se fosse suspeita de um crime.

Uma das caricaturas - retratando o profeta com uma bomba no turbante - motivou as críticas mais severas. Segundo vozes indignadas, a charge diz que o profeta é um terrorista ou que todo muçulmano é terrorista. Leio o desenho de outro modo: alguns indivíduos transformaram a religião islâmica em refém cometendo atos terroristas em nome do profeta. São estes que abalam a reputação da religião. O cartum também faz referência à fábula sobre Aladim e a laranja que caiu em seu turbante e fez sua fortuna. Isto sugere que a bomba vem do mundo exterior e não é uma característica inerente do profeta.

Ocasionalmente, o Jyllands-Posten recusou-se a publicar cartuns satíricos de Jesus, mas não porque siga um duplo padrão. De fato, o mesmo cartunista que desenhou a imagem de Maomé com uma bomba no turbante desenhou uma charge mostrando Jesus na cruz com notas de dólar nos olhos e outra exibindo a estrela de Davi ligada a um pavio de bomba. Não houve, contudo, incêndios de embaixadas ou ameaças de morte quando publicamos estas. O Jyllands-Posten insultou e desrespeitou o Islã? Certamente, ele não pretendia. Mas o que significa respeito? Quando visito uma mesquita, mostro meu respeito tirando os sapatos. Sigo os costumes, como faço numa igreja, sinagoga ou outro local sagrado. No entanto, se um fiel exige que eu, como infiel, observe seus tabus no domínio público, não está pedindo meu respeito, e sim minha submissão. E isto é incompatível com uma democracia secular.

É exatamente por isso que Karl Popper, na obra seminal A Sociedade Aberta e seus Inimigos, insistiu que não se deve ser tolerante com os intolerantes. Em nenhum outro lugar tantas religiões coexistem pacificamente como numa democracia onde a liberdade de expressão é um direito fundamental. Na Arábia Saudita, você pode ser preso por usar uma cruz ou levar uma Bíblia na mala, enquanto os muçulmanos na Dinamarca secular podem ter suas próprias mesquitas, cemitérios, escolas e estações de TV e rádio.

Reconheço que algumas pessoas se ofenderam com a publicação das charges, e o Jyllands-Posten se desculpou por isso. Mas não podemos nos desculpar por nosso direito de publicar materiais, até mesmo ofensivos.

Não se pode editar um jornal paralisado por temores sobre todos os insultos possíveis. Sou ofendido todo dia por coisas no jornal: transcrições de discursos de Osama bin Laden, fotos de Abu Ghraib, pessoas insistindo que Israel deveria ser eliminado da face da Terra, pessoas dizendo que o Holocausto nunca aconteceu. Mas isso não me impede de publicá-las, contanto que respeitem os limites da lei e do código de ética do jornal.

Como ex-correspondente na União Soviética, sou sensível a pedidos de censura por razões de insulto. Este é um truque popular dos movimentos totalitários: rotular qualquer crítica ou defesa do debate como um insulto e punir os transgressores. Foi o que aconteceu com ativistas de direitos humanos e escritores como Andrei Sakharov, Vladimir Bukovski, Alexander Soljenitsyn, Natan Sharanski, Boris Pasternak. O regime os acusou de propaganda anti-soviética, do mesmo modo como alguns muçulmanos rotulam 12 charges de um jornal dinamarquês como antiislâmicos.

A lição da guerra fria é: se você cede a impulsos totalitários uma vez, novas exigências se seguem. O Ocidente prevaleceu na guerra fria porque mantivemos nossos valores fundamentais e não nos curvamos a tiranos totalitários.

Desde a publicação das caricaturas, em 30 de setembro, temos um debate construtivo na Dinamarca e na Europa sobre a liberdade de expressão, a liberdade de religião e o respeito aos imigrantes e às crenças das pessoas. Nunca tantos muçulmanos dinamarqueses haviam participado de um diálogo público - em reuniões em câmaras municipais, cartas a editores, colunas de opinião e debates no rádio e na TV. Não tivemos distúrbios antimuçulmanos, êxodo de muçulmanos do país ou muçulmanos praticando atos de violência. Os imãs radicais que informaram de modo equivocado seus colegas no Oriente Médio sobre a situação dos muçulmanos na Dinamarca foram marginalizados. Estes não falam mais em nome da comunidade muçulmana da Dinamarca porque os muçulmanos moderados tiveram a coragem de se manifestar contra eles.

Em janeiro, o Jyllands-Posten publicou três páginas inteiras de entrevistas e fotos de muçulmanos moderados afirmando não serem representados pelos imãs. Eles insistem que sua fé é compatível com uma democracia secular moderna. Uma rede de muçulmanos moderados comprometidos com a Constituição foi estabelecida e o Partido do Povo conclamou seus membros a distinguir entre muçulmanos radicais e moderados, isto é, entre muçulmanos que propagam a lei da sharia e muçulmanos que aceitam o domínio da lei secular. A face muçulmana da Dinamarca mudou e está ficando claro que este debate não é entre "eles" e "nós", e sim entre aqueles que são comprometidos com a democracia na Dinamarca e aqueles que não são.

Algumas das corajosas defesas de nossa liberdade de expressão foram inspiradoras. Mas manifestações trágicas no Oriente Médio e na Ásia não era o que esperávamos e muito menos desejávamos. Além disso, o Jyllands-Posten recebeu 104 ameaças registradas, dez pessoas foram presas, cartunistas foram obrigados a se esconder por causa de ameaças a suas vidas e a sede do jornal foi esvaziada várias vezes graças a ameaças de bomba. Este dificilmente é um clima para atenuar a autocensura.

Ainda assim, creio que os cartuns agora têm lugar em duas histórias separadas, uma na Europa e outra no Oriente Médio. Nas palavras da política holandesa de origem somali Ayaan Hirsi Ali, a integração dos muçulmanos nas sociedades européias foi acelerada em 300 anos graças aos cartuns; talvez não precisemos travar mais uma vez a batalha pelo Iluminismo na Europa. A história no Oriente Médio é mais complexa, mas isso pouco tem a ver com os cartuns.

Flemming Rose

21.2.06

NESSUN DORMA




















É. Eu amo essa ária! Posso!?!
Poderia escrever um texto maior; alguém mais talentoso e prolífico poderia escreveruma tese, até. Mas o fato é que ela é belíssima! Uma prova de que, ao contrário mdo que pensa uma amiga minha, somos uma espécie muito particular, dentro do reino Animalia! Pois é, se ela não prova a existência de um criador, ao menos mostra que os demais metazoários são inferiores a nós, que somos os únicos multicelulares heterótrofos por ingestão capazes de admirar uma coisa desta.
O que me leva ao racionalismo e acerto dos gregos, ao afirmar que ser "humano" é muito mais que pertencer biologicamente a esta espécie. Aristóteles estava certo ao afirmar que somos animais. Mais correto ele estava, porém, ao afirmar: somos um animal político e, podemos ser, um animal ético. Não aceito que me confundam como igual a quem curte "Tati Quebra Barraco" ou à "Gaiola das Popuzadas", a "Banda Calipso" e ao axé e funks do Rio e de São Paulo (em NY produzem um som muito bom, com este nome)... De toda forma, a minha espécie é a desta gente, não posso fazer nada. A minha condição, não!

Composição: Puccini
Letra: Turandot

Nessun dorma! nessun dorma!
Tu pure, o, principessa,
Nella tua fredda stanza,
Guardi le stelle
Che fremono d'amore
E di speranza.

Ma il mio mistero e chiuso in me,
Il nome mio nessun sapra!
No, no, sulla tua bocca lo diro
Quando la luce splendera!

Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
Che ti fa mia!

(il nome suo nessun sapra!...
E noi dovrem, ahime, morir!)

Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vincero!
Vincero, vincero!


Tradução
Que ninguém adormeça!
Que ninguém adormmeça!
Você também, ó Princesa
Em seu quarto frio, olhe as estrelas
Tremendo de amor e de esperança

Mas meu segredo permanece guardado dentro de mim
O meu nome ninguém saberá
Não, não, só o direi na sua boca
Quando a luz brilhar

E o meu beijo quebrará
O silêncio que te faz meu

O seu nome ninguém saberá
E nós teremos, oh!, que morrer, morrer

Parta, oh noite
Esvaneçam, estrelas
Esvaneçam, estrelas
Ao amanhecer eu vencerei!
Vencerei! Vencerei!

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