25.11.05

AS RESPOSTAS DO MINISTRO

As respostas do ministro da Economia também não são integrais, pois que parte trata de questionamentos do senador Pedro Simon sobre assuntos regionais. Todavia, quem as queira, lhas enviarei com prazer. Eu linkei somente os dois primeiros parágrafos, com fins meramente didáticos.

Senador Pedro Simon, V. Exª disse que naquela época a CPI tinha assinaturas suficientes e a Maioria não a instalou. A instalação dela dependeu de decisão do Supremo Tribunal Federal, dada depois de um ano e meio. Depois de todo esse tempo em que eu estive apanhando exatamente por falta de mais provas e mais evidências, além daquelas que apresentei naquela oportunidade, tenho a alma no seu devido lugar. Nunca vi um Senador, um político, sofrer o que eu sofri sem ter cometido nenhum ato de corrupção. Na vida pública brasileira nunca vi isso.

Devo dizer que é uma discordância que tem sua matriz numa concepção político-sociológica bem diversa da concepção do atual governo. Ao contrário do que aqui foi afirmado - companheiros, Senadores da Oposição afirmaram que só se fosse com demagogia, mas não -, o Brasil tem condições, sim, e deveria, sim, sem cometer qualquer demagogia estabelecer uma política econômica que atendesse aos interesses dos brasileiros.

Segundo ponto. Digo isso por uma questão simples: política econômica é instrumento de Governo, utilizado para, coadjuvado com outros instrumentos e com outras políticas, estabelecer a consecução dos objetivos do Estado, que é propiciar a felicidade do povo, e essa política econômica tem levado nosso povo ao sofrimento. É exatamente o contrário. Disseram aqui que governos anteriores venderam o patrimônio do povo brasileiro. É verdade, venderam o patrimônio do povo brasileiro e não resolveram o problema.
Agora, na verdade, vendem ao exterior a resultante da força de trabalho, que é o PIB, que está sendo exportado, e - o que é pior - sem que o povo venha a receber o dinheiro pela venda da sua força de trabalho, pois aquilo que o país recebe é devolvido aos compradores dessa mesma força de trabalho em forma de pagamento de juros dos juros, o que é triste.

[...]

Em segundo lugar, Senador, eu queria fazer um breve comentário sobre as suas colocações que eu ouvi com muita atenção e vou transmiti-las ao Presidente Lula, se V. Exª me permitir. Eu, desde muito jovem, acompanho a sua vida política. Tenho o mais alto respeito pela sua pessoa e pelas suas convicções democráticas. Sei dos seus compromissos com a sociedade brasileira e com a democracia. Acompanhei sua vida política, admirando-a, quando eu estava começando a participar das atividades partidárias. Então, eu quero reafirmar que as suas colocações aqui somente aumentam a minha admiração, porque são de um democrata, de um brasileiro que luta pelas suas idéias e tem convicções muito claras.

Eu somente não sou pessimista, talvez como V. Exª, em relação ao Governo, ao que ocorreu e ao resultado dessas questões. Eu quero ser mais otimista. Eu também estou triste com o que ocorreu. Questões que envolveram nosso Partido e pessoas nos entristecem, mas não me desanimam. Eu acho que nós precisamos fazer com que as questões sejam olhadas de maneira objetiva e sejam apuradas de forma séria. Devemos ter a certeza de que se isso for feito correta e adequadamente, o Brasil vai estar melhor depois disso.

Se erros foram cometidos, eu estou aqui para assumir a minha parte neles. Se nós não lidamos adequadamente com todas as questões colocadas, estou aqui para assumir minha parte nesses erros. Vou transmitir ao Presidente Lula a sua fala e preocupações porque tenho certeza de que o Presidente tem admiração por V. Exª e tenho certeza de que todos nós do Partido dos Trabalhadores temos uma admiração muito grande pela sua pessoa e levamos com a mais alta seriedade as suas observações.

Eu quero apenas crer que o Brasil vai ganhar se nós fizermos o esforço de superar essas dificuldades. No dia de amanhã, as instituições vão ser mais sólidas, a democracia vai ser mais forte, nós todos seremos mais fortes para construir instituições definitivamente equilibradas para o futuro do nosso Brasil. Então, queria apenas dizer que ouvi, com muita atenção, as suas colocações e as registro como muito importantes para minha visita aqui hoje. Saio daqui, carregando-as com muita humildade, até porque nessa luta muitas pessoas reclamam, eu mesmo reclamei aqui, talvez mais do que devia, sobre acusações desses momentos, sobre troca de insultos, sobre brigas. E eu, como membro de um Partido que foi extremamente aguerrido na oposição, só posso, nesses momentos, fazer também um mea culpa, porque nós também brigamos, nós também fomos aguerridos.

Alguns de vocês talvez tenham sofrido o estilo briguento do PT em relação a apurar as coisas, a denunciar tudo. Isso faz parte de uma construção democrática, mas nós temos, também, que saber respeitar os processos. Então, apenas queria registrar aqui que sua fala foi muito importante para mim, que durante minha vida aprendi muito com o senhor e penso que aprendi muito mais hoje aqui com as suas colocações.

O SR. EDUARDO SUPLICY (PT - SP) - Se me permite, as palavras do Senador Pedro Simon são de um amigo do PT, do Presidente Lula e de V. Exª.


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