8.3.08

6 LIÇÕES PORTUGUESAS SOBRE A ESPANHA

Diz um velho ditado português que "De Espanha nem bom vento, nem bom casamento". A justificação destes ditado, encontramo-la na história das relações entre Portugal e a Espanha, marcada por seculares atos de pilhagem, traições, guerras e ameaças. A tradição já não é o que foi, mas parece estar ainda bem viva se tivermos em conta alguns casos recentes. A questão é de natureza cultural, e portanto muito difícil de ser alterada.


1. COMO OS ESPANHÓIS TRATAM SEUS VIZINHOS A relação da Espanha com os seus vizinhos portugueses, ditos amigos ou irmãos na retórica política, é tudo menos amigável a julgar pela forma como percepcionam e tratam os imigrantes portugueses, incluíndo os seus filhos. Inquéritos recentes à Opinião Pública Espanhola são claros: Entre os povos que os espanhóis mais detestam, surgem à cabeça da lista o português e o marroquino.
Atravessar a Espanha, no passado, era um pesadelo, devido ao saque e roubos que os portugueses eram vítimas neste país. As coisas estão agora muito melhores, mas certas práticas ainda tardam em acabar. Em Fevereiro de 2006, seis policiais espanhóis da "Guarda Civil", da região de Cidade Rodrigo (Ciudad Rodrigo) acabaram por ser presos. Dedicavam-se a extorquir dinheiro a automobilistas estrangeiros, a maioria dos quais portugueses.
Outro dos tratamentos dados a portugueses que chocou a opinião pública, ocorreu no dia 22 de Junho de 2002, na Fronteira espanhola de Rosal de La Fronteira. O caso teve o condão de deixar profundamente apreensivos os restantes países europeus. Neste dia milhares de portugueses, entre os quais se contavam deputados à Assembleia da Republica, foram impedidos com extrema violência e sem qualquer explicação de se dirigirem a Sevilha para participarem numa manifestação européia contra a xenofobia e a Globalização. A atuação do Estado Espanhol desrespeitou todos os princípios em que assenta a União Europeia. A imprensa espanhola, sempre pronta a divulgar todas as más noticias sobre o país vizinho, remeteu-se ao mais completo silêncio sobre os acidentes nas fronteiras, em particular em Rosal de la Frontera. Este ato apenas reforçava uma convicção generalizada entre os portugueses, o de que a tradição xenófoba de Espanha não está morta, mas continuava a constituir uma séria ameaça.

2. A ESPANHA E O CRIME ORGANIZADO. Desde os anos 80 que Portugal tem vindo a ser invadido por bandos de criminosos sediados em Espanha. A abertura e ligação de todas as fronteiras por auto-estradas, assim facilitou estes assaltos, nomeadamente no norte (Minho e Trás-os-Montes) e no sul (Algarve). Estas organizações criminosas estão ligadas ao tráfico de droga, prostituição, assaltos (bancos, ourivesarias, bombas de gasolina, estabelecimentos comerciais, museus, residências, etc). Desde 2002 que existem crescentes suspeitas que a ETA, procura instalar células em Portugal.

3. ESPANHA E TRÁFICO DE DROGAS. A Espanha é a principal porta de entrada da cocaina na Europa, e o principal centro de branqueamento de dinheiro da droga. Todos os anos são presos em Portugal dezenas de traficantes espanhóis, 90% da droga que é aqui apreendida destina-se a Espanha.

4.ESPANHA E TRÁFICO DE SERES HUMANOS. A tradição escravocrata é antiga e tarda em desaparecer na Península Ibérica. Por incrível que possa parecer, no início do século XXI, tem-se multiplicado os raptos de portugueses que são depois levados para Espanha como escravos. Só em Abril de 2005, a Polícia portuguesa prendeu 23 negreiros de etnia cigana ao serviço de empresas espanholas. A partir de então, a comunicação social tem noticiado diversos casos de escravatura de deficientes por empresas espanholas. A barbárie em plena Europa.
Multiplicam-se os casos de empresas nos dois lados da fronteira que se dedicam ao trafico de pessoas, com a mais completa cumplicidade das autoridades espanholas. A 29 de Maio de 2006, por exemplo, a comunicação social denuncia mais uma empresa "portuguesa" que desenvolvia a sua actividade em Espanha (Valença) na construção de grandes empreendimentos turísticos. A sua "especialidade" consistia em contratar em Portugal imigrantes ilegais (ucranianos, moldavos e brasileiros) e depois levá-los para Espanha onde eram escravizados.
Em Abril de 2007 foram libertados em Navarra mais 97 escravos, a maioria das quais era de origem portuguesa. Os contratadores eram de etnia cigana, os escravos eram individuos débeis mentais, toxicodependentes e com graves problemas de integração social.

5.AS MULTINACIONAIS DA ESPANHA. Longas guerras no passado deram origem a relações baseadas na lógica do Saque e pelo menos o que se pode deduzir de exemplos como os seguintes. Aumentaram, em 2006, as denúncias de consumidores portugueses referentes a empresas espanholas. O esquema é quase sempre o mesmo. Em Portugal é publicitada a venda de produtos. Os consumidores que os compram pagam antecipadamente, mas quando depois os vão levantar descobrem que a empresa tem a sua sede algures em Espanha e lá ninguém responde pelos contratos feitos em Portugal. Uma vigarice.
As empresas espanholas que se instalam em Portugal, operam quase sempre numa lógica de saque ou de "secagem industrial". No primeiro caso, limitam-se a especular envolvendo-se em negócios obscuros, como o de Mario Conde no Banco Totta & Açores. No segundo, após adquirirem empresas industriais portuguesas, para depois se desfazerem das suas unidades produtivas e em transformá-las em meros entrepostos para a comercialização de produtos espanhóis. Largos setores da economia portuguesa foram desmantelados desta forma.
Uma das operações cada vez mais corrente, é a de pilhar o importante património cultural do país na posse de algumas empresas. Em 2005, por exemplo, após terem comprado dois jornais portugueses ( Primeiro de Janeiro e A Capital) e de os terem levado à falência, prepararam-se de seguida para transferirem para Espanha os seus preciosos arquivos, nomeadamente o do Primeiro de Janeiro. A imprensa do Porto denunciou o saque que estava a ser preparado (Agosto 2005).
No dia 15 de Maio de 2006, o jornal Expresso denunciou um caso que chocou o país. Numa vila do norte de Portugal, perto da Galiza, a multinacional espanhola ZARA, explora o trabalho de crianças. Uma delas tinha apenas 11 anos de idade e trabalhava para esta multinacional no fabrico de calçado. Em 2007, vem a público que uma empresa de construção civil (SOMAGUE), adquirida por espanhóis, em 2001/2002 esteve envolvida no financiamento ilegal de um partido português (PSD).

6.A ESPANHA E A ECOLOGIA.
Sucedem-se em Portugal os crimes ecológicos feitos por espanhóis numa lógica de total impunidade. Em Abril de 2007, por exemplo, um empresário espanhol abateu na centenas de zimbros, um espécie em vias de extinção na Reserva Ecológica do Alto Douro. Outro destruiu uma duna primária no concelho de Odemira (Alentejo) fragilizando deste modo as defesas da costa face ao avanço do mar.
Nas Ilhas Desertas, na Madeira, onde existe uma reserva de lobos marinhos, os pescadores espanhóis nas suas investidas assassinas contra estes animais e outras espécies protegidas, tem ameaçado de morte os guardas da referida reserva (Junho de 2005). Outro exemplo desta atitude espanhola de total impunidade para com os seus vizinhos, ocorreu entre 13 e 19 de Novembro de 2002, com o petroleiro "Prestige". Este petroleiro que transportava 70 mil toneladas de fuel, quando vinha da Estónia e se dirigia para Gibraltar, começou a derramar combustível ( 6 mil toneladas) junto à costa Galega, contaminando-a. A Espanha em vez de o rebocar para o porto mais próximo (La Corunha), começou por prender o respectivo comandante e depois afastou o navio destas suas costas, levando-o para sul na direcção das águas de Portugal, onde veio a afundar-se. Foi necessário a intervenção da marinha de guerra portuguesa para impedir que o mesmo fosse despejado nas suas praias.

Carlos Fontes

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